terça-feira, 24 de abril de 2012

AO POETA (UM TRISTE BLUES)


Dizem que a poesia acabou!
Ninguém faz sexo com amor;
Ninguém manda bilhetes apaixonados,
Ninguém manda mais flores,
Bombons, recados...
Ninguém quer saber de paixões,
De sonhar com a amada,
De cantar canções.
De mãos dadas, juntos
Sob a luz do luar,
Ninguém quer saber de passear.
Ninguém mais chora de emoção.
Amor ingênuo só em ficção!
Ninguém mais fica triste
Com a perda de um amor.
Que fim o romantismo levou?
Será que todos morreram?
Onde estão os poetas?
Será que alguns sobreviveram
Ou será que não?!
Agora só me resta ouvir um blues,
Só me resta um triste blues!
Agora só me resta ouvir um blues,
Ao Poeta um triste blues!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SONHO SEM FIM


Quem diria que aquela mão
Que tanto acariciou, um dia
De forma tirana agrediria
Sem nenhuma explicação.

E a boca, quem imaginaria,
Que tanto beijo me roubou,
Que versos me declamou,
Iria pronunciar grosserias.

É uma pena que o tal amor,
Como cantam não é eterno.
Lamento por quem sonhou
Que o romance era etéreo!

O MAU QUE VOCÊ FEZ


Veja o que você fez,
Veja o que você fez,
Foi um mau, e foi tão grande
Que nunca te perdoei!

Enquanto eu trabalhava,
Você pra mim só mentia,
Dizia que tava em casa,
Enquanto escapulia
Com gatos e com cachorros,
Que na frente aparecia.

Inocente, oh, coitado!
Todo mundo já sabia
Que eu era corneado,
Só que ninguém me dizia,
E eu muito abestalhado
Elogios te fazia.

Passava o dia na batalha
Pra poder ganhar o pão.
De noite quando chegava,
Cansado da ralação,
Você só me maltratava,
E eu sem saber a razão.

Deus pra mim um dia olhou,
Viu que eu não merecia,
Então providenciou
Pra acabar com a covardia;
E eu te peguei no flagra,
Que decepção a minha!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

NEGRA MALANDRA


Essa negra maluca,
Me confunde a cuca
Quando vai sambar.
Já não sei se é paixão,
Mas meu coração
Bate sem parar.
Olha, até passo mal,
É um carnaval,
Grande sensação.
E quando ela rebola,
Piro a cachola
De tanta emoção!

Quando chego no samba,
Procuro à malandra
Que me faz suspirar.
Não perco um pagode;
Não sei como pode,
Não dá pra acreditar,
Pois quando eu a vejo
Me encho de desejo,
Vou comemorar.
A noite fica bela
E eu junto com ela,
Vejo o sol raiar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

OTIMISMO


Eu te procurei
Pela eternidade,
Numa incansável
Busca dos beijos
Que um dia tive.

Vou persistir,
Resistindo a toda
A adversidade
Que possa surgir,
Pois almejando
Receber o prêmio,
Que no reencontro
Irei de ti saborear,
Fortaleço-me,
Alegro-me, digo
Pra mim mesmo:
Eu vou conseguir!

MARVADA VIDA


Minha vida, marvada vida!
Peito cheio de feridas,
Cicatrizes de paixões.

Hoje passado tanto tempo,
Paro, reflito e lamento
Por tudo que um dia fiz.
Valeu-me de alguma coisa?
Pelo sim ou pelo não,
Fico apenas com a certeza
De que não vivi em vão.
Eu tanto amei, muito sofri
E, contudo sobrevivi.
Não vegetei. A esta vida,
Marvada, apenas suportei!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

COMO DIRIA DYLAN


Garota isto não é o paraíso!
O mundo não é tão bonito
Como se cantam nas canções.
O povo não tem alimentos
Em sua mesa como nas novelas.
As pessoas sobrevivem morando
Sob viadutos, em praças, favelas...
E as casas supostamente populares,
Não são tão populares assim!
O mínimo que a maioria ganha,
Não é o mínimo para viver dignamente.
É isso, garota, o mundo simplesmente
Não é parecido com o paraíso.
Existe corrupção, drogas, prostituição...
Existe um povo sofredor que se mata,
Lutando nesta incansável batalha
Por uma utopia de dias melhores.
É, garota, o mundo não é o paraíso!
Não é somente o amor que sentimos
Que irá torná-lo um dia melhor.
Tudo isso acontecendo e a gente vendo,
Parado, o tempo que pela gente passa
Sem fazermos absolutamente nada!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O FIM


O fim, o fim!
Está chegando o fim.

O fim do dia, o fim do mês,
O fim do século, o fim de vocês.
O fim da escova, do creme-dental,
O fim do cigarro, o fim do jornal.

O fim, o fim!
Está chegando o fim.

O fim da ferida, o fim da doença,
O fim da vida, o fim da crença.
O fim do vício, fim da rodovia,
O fim do precipício, fim da terapia.

O fim, o fim!
Está chegando o fim.

O fim da fome, o fim do marginal,
O fim do esmole, o fim do mal.
O fim do bem, o fim da esperança,
O fim da fé, o fim da criança.

O fim, o fim!
Está chegando o fim.

O fim das aves, o fim da natureza,
O fim dos animais, de toda beleza.
O fim da ambição, fim dos desonestos,
O fim da política, o fim dos espertos.

O fim, o fim!
Está chegando o fim.

Está chegando o fim das armas,
o fim de ti e de mim.
O fim dos países, o fim do fim!
Vocês inventaram as guerras,
E agora ele está aí: o juízo final!

GATA INGRATA


Socorra-me, socorra-me Harley.
Socorra-me, socorra-me Harley.

Leve-me para algum lugar
Tão distante que não possa voltar,
Pois não quero nunca mais ver,
Aquela que tanto me fez sofrer.

Socorra-me, socorra-me Harley.
Socorra-me, socorra-me Harley.

Eu me dei de corpo e alma.
Eu abri o meu coração,
Fiz tudo o que ela queria,
Em troca ganhei ingratidão!

Ingrata, gata ingrata!
Ingrata, gata ingrata!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

NENHUMA PAIXÃO


Como te amei ninguém conseguirá,
Porque somente sei como te agradar.
Como te fazer sentir prazer sem fim.

Então volta para os meus braços,
Volte para receber meus carinhos;
Tanto acalanto só no meu ninho.

Por onde andas somente solidão.

No teu caminho nenhuma paixão!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

A VOLTA DO AMOR


Quando naquela noite de novembro,
Vi o brilho dos teus olhos sumirem,
E na distância teu corpo desaparecer,
Senti que, infelizmente, tinha perdido,
Pensei que nunca mais eu iria te ver,
Mas, vejo que me enganei: voltastes!