LAMENTO DE UM SOLDADO

Eu não queria lutar,

Nem tão pouco matar.

Se eu lutei, se matei

Foi por que precisei.

Eu sempre amei a paz,

Eu sempre fui capaz

De amar meus irmãos.

De respeitar o próximo,

Seja de qualquer cor,

Etnia ou nacionalidade.

Contudo, como sempre,

Por causa dos interesses

De poucos muitos pagam.

Também tive que pagar!

PÁ DE OTÁRIO

Na hora da dura,

Todo mundo vira santo.

Na hora da dura,

Todo mundo vira santo;

Só que tem uma “pá de otário”

Que vacila toda vez,

Que chega a represaria,

Imagine vocês!

Aí o “coro come”, malandragem,

Aí o “coro come”

E eles abrem o bico

E pra variar, neguinho some.

- Leva chá de sumiço!

Não adianta um otário

Tentar dá uma de arrochado,

Pois se ele não for seguro

Termina dentro de um buraco.
- Vai pra vala!

E quando vai pras grades,

Ainda serve de mulher.

Lava a roupa da rapaziada,

Leva porrada e nome de Mané.

É GRANDE O AMOR

A gente briga

E não se fala;

E se separa,

Mas depois quer voltar.

A gente xinga,

Dá tapa na cara;

É tanta da pirraça

E em qualquer lugar.

Mas, tudo só acontece

Por que é grande o amor.

Tem o ciúme que impede

Que a paz abrande o rancor. 

Eu não te deixo,

Você não deixa também.

Você é meu bem,

Tudo que mais quero.

Não sou de ferro,

A raiva passa.

A saudade braba

Me faz te procurar.

Mas, tudo só acontece

Por que é grande o amor.

Tem o ciúme que impede

Que a paz abrande o rancor. 

DIA DA FRASE FEITA

Não irei desejar-te feliz aniversário, muitos anos de vida... Nem tão pouco violentar a folha em toda sua virgindade branca, para repetir frases que com certeza já lestes e relestes em diversos cartões. Irei concentrar-me, encher meu cérebro com pensamentos puros, sinceros, bons, para depois bombardear teu espírito com uma carga de vibrações super positivas.

PEQUENA ÂNGELA

Fulô bonita,

Cor de laranja;

Minha pequena Ângela!

Que moça fina,

Super bacana;

Minha pequena Ângela!

Sorriso cativante,

Corpo escultural,

Olhos estonteantes,

Verde canavial.

Corpo de mulher,

Jeito de criança;

Minha pequena Ângela!

Cheiro que embriaga,

Voz que me encanta;

Minha pequena Ângela!

Paixão que machuca,

Ela faz de pirraça.

Sabe que a amo,

Por isso me maltrata.

HORA DO ADEUS

Teus olhos negros

Desmanchando-se em lágrimas.

Tua voz trêmula,

As mãos geladas,

O grande nervosismo.

A tristeza rondando,

O indesejado momento de partir

Se aproximando:

A fatídica hora do adeus!

A mochila nas costas,

O pé na estrada;

A saudade machucando

Os nossos corações!

Sabemos que nunca,

Nunca mais nos veremos.

Contudo, também sabemos

Que ainda nos amamos;

Mesmo assim, não há volta.

Não tem como voltar!

AMOR?

O que fazer se não acredito no amor?

O que fazer se nunca senti esse tal calor?

A não ser o calor do sol

Ou do fogo perto da minha pele.

O que fazer se o que sinto sempre passa?

O que fazer se o que sinto não ultrapassa

Os poucos meses de sempre?

A não ser o gostar pelos meus pais, meus filhos.

Acho que o amor é algo fictício,

Criado para dar mais ênfase

Aos textos românticos

Nos livros de literatura.

Amor: o que é você?

Amor: onde está você?

Quando é que irás te manifestar?

Se existes, dê-me provas para que possa acreditar.

LAVANDA FRANCESA

Não lembro teu rosto,

Nem lembro os olhos.

Não lembro teu sorriso,

Teu corpo, tua voz...

Mas o teu perfume

Que ficou nas mãos,

Naquele último dia

Em que nos vimos,

Que nos tocamos,

Eu nunca esqueci

E não esquecerei.

Lavanda francesa!

Suerda... Suerda!

FALSA FELICIDADE

Se um dia você me encontrar por aí e eu estiver sorrindo, não pense que é felicidade, apenas estou tentando esconder a grande dor que estou sentindo!