BOCA DA LATINHA

Se o seu problema é beber,
Então veja o Rio Potengi,
Se ele não matar a tua sede,
Então faça desta forma assim:
Beije a boca de uma latinha,
Pois ela sempre está esperando
Que provem dos lábios dela
E terminem se apaixonando.

TODO MUNDO QUER

Todo mundo quer,
Todo mundo quer,
Todo mundo quer amar!
Todo mundo quer.

Preto e branco,

Amarelo e vermelho.
Magro, gordo,
Alto, baixo,
O bonito e o feio.

Rico e pobre,

O bom e mal,
Honesto, desonesto,
Aleijado e normal.

Homem com mulher,

Homem com homem,
Mulher com mulher,
Todo mundo quer!

Todo mundo quer,

Todo mundo quer,
Todo mundo quer amar!
Todo mundo quer.

SENTIMENTO SINCERO

Tento conter
Este louco desejo
De te ouvir,
De te ver,
De te sentir,
Mas percebo
Que não é
Tão fácil assim.
Não estas aqui,
Mas permaneces
Dentro de mim.
Como posso acabar
Algo que quero,
Este sentimento
Sincero por ti?

O NAVIO DO SAMBA ANCOROU NO CAIS DO PORTO DA ALEGRIA

La vem o trem da felicidade,

Trazendo produtos importados.
Vem baiana, bateria
E velha guarda conceituada...(BIS)

O idoso é

Uma enciclopédia viva,
Tem história pra contar
E ilustrar na avenida
Que vem do mar, que vem do mar.

Estivadores e marinheiros,

Braços fortes na construção
Com engenheiros, pioneiros,
Tecnologia e sofisticação.
A Capitolina chegou
Da Itália, um lindo presente,
Que mareou, que mareou,
Endereçada ao povo Natalense.

Nasceu aqui, está logo ali,

O cais do porto da cidade.
As margens do Rio Potengi,
Rendemos nossas homenagens...(bis)
 
O navio do samba ancorou, ô, ô
No cais do porto da alegria,
A Malandros dos Samba embarcou,
Incrementando esta folia.
De vermelho, azul e branco (eu vou)
Distribuindo simpatia,
Com um sorriso franco
No retrato de um povo
Que evoluiu no dia a dia.

La vem o trem da felicidade,
Trazendo produtos importados.
Vem baiana, bateria
E velha guarda conceituada...(BIS)


* Autores: Aluízio Pereira e Hélio Carioca (foto). Este Samba Enredo concorre com outros sambas para ser tema no desfile da Escola de Samba Malandros do Samba (Natal/RN) no Carnaval de 2014.

GRANDE INVENÇÃO

Queria somente descobrir

Quem foi o tal inventor,
E como ele descobriu
Na cada de açúcar o sabor,
Para poder parabenizá-lo
Por tão grande invenção,
Que nas horas boas e ruins,
Nunca nos deixa na mão!


* Em parceria com Maurício APC e Ezir.

SOBRE TRAUMAS 2

Se eu não puder conviver com meus fantasmas,

então tenho que morrer!

CINCO DIAS II

Conheci uma morena,
Ouçam só o meu relato,
Tão bonita, tão faceira
Que eu fiquei emocionado.
Sucederam cinco dias
De samba, folia e felicidade;
Acabou o carnaval,
Ela foi embora
E eu fique na saudade.

PERTO DO MAR

Aqui, perto do mar,

Bem defronte da água,
Rezo para Iemanjá:
Leve-me, mãe-d’água,
Não tenho mais motivos
Para viver acima do mar!

SOBRE JULGAR

Triste não é julgar os outros, mas sim, ser condenado sem julgamento!

ALUÍZIO PEREIRA (MEUS SESSENTA E SEIS CARNAVAIS)

Nasci no bairro das ROCAS, no dia 14 de outubro de 1933, na Rua da Lua. Quando menino já tinha meus interesses carnavalescos, porém somente em 1947 desfilei no BLOCO REMADORES. No ano seguinte, em 1948, desfilei no Bloco BOI-TUNGÃO de BACORA. No ano de 1949 e 1950 desfilei na primeira Escola: SÓ FALTA VOCÊ, fundada no bairro das Rocas; os ensaios eram realizados na casa de Manaus, pai de FUMANCHU. Naquela época os diretores eram LILICO, VICENTE e ADAIU.

Em 1950, eu e alguns amigos, fomos assistir os seresteiros na calçada da Igreja Sagrada Família (Rocas) e nesse encontro fundamos o BLOCO SAINHAS, o desfile se realizavam de 09h00min às 13h00min. Os componentes que participaram da escola foram: EDMILSON, JOSÉ GARCIA, ZEQUIAS, NIVALDO, NENINHO, TONÍCIO, JOSÉ VIDONDO, TOINHO, GALEGO, JOSÉ RÓIPÃO, JOÃO MARIA, CHICO De LILA e JOSÉ GOMES. Brincamos até o ano de 1954.

No ano de 1955, o BLOCO SAINHAS deixou de frequentar as casas dos amigos (Era como fazíamos o carnaval) e passou a desfilar na Avenida Deodoro da Fonseca, Cidade Alta, foi quando ocorreu a mudança de nome, passando a se chamar EMDIABRADOS NO SAMBA. Os desfiles continuaram com os mesmos componentes e alguns colegas até o ano 1957. Já em maio de 1958, com a desistência de vários componentes a escola não desfilou e desligou-se do carnaval. Os instrumentos da bateria ficaram sob minha responsabilidade e Antonio Barbosa (Um dos fundadores do Bloco Sainhas) pediu emprestado para fazer uma Charanga. Após assistir alguns ensaios, resolvi participar e fui escolhido Presidente e Tesoureiro da referida Charanga. Com os cargos assumidos, realizei uma reunião para definirmos o nome do Bloco e quatro componentes, naquela ocasião, votaram no nome MALANDROS DO MORRO. Naquele ano, como existia um bloco com o nome parecido no comando de ANTONIO MELÉ, eu e mais seis componentes decidimos mudar o nome para MALANDROS DO SAMBA, foi feito uma votação e o nome ganhou por maioria de votos. Assim foi fundado os MALANDROS DO SAMBA, na data de 27 de junho de 1958. Os componentes eram: TOINHO (Porta Estandarte), VALDIR e JUVINO (Passistas), FARRAPO (Apito), BIL ABACAXI (Reco-Reco), AVELINO (Afoxé), DENIS (frigideira), BAIÃO, DEDÉ e GALEGO (Tarol), ALUÍZIO, CASCALHO e CANCÃO (Surdo de Marcação), CÍCERO (Surdo de resposta), BOCA DE FOGO e GABRIEL (Repique), MASCARA e BIL SAPATEIRO (Tamborim), ARNALDO (Agogô), MAIQUE DEZESSETE (maracas), BIBI, ZEZINHO, JOSÉ e JOCA (ganzá), foram os componentes que desfilaram no carnaval de 1959, com a fantasia que era constituída de Calça branca, camisa azul com estampas vermelhas e sapato branco e preto.

O primeiro quadro se chamava Samba no Pensamento. Batuque Legal foi o samba apresentado no desfile e era de autoria de ALUÍZIO, ANTONIO MÁSCARA. Destacou-se com a Bateria nota 10 e Originalidade, ganhando o primeiro lugar no Carnaval de 1959. QUINHA, a 2ª Porta Bandeira nota 10 e Mestre Sala BIANANA e AURINO.

Em 1960 começamos a organizar a escola para o Carnaval de 1961, com reuniões e ensaios nas terças, quintas e sábados com o intuito de proporcionar um bom desfile. Como tínhamos adquirido instrumentos e fantasias novas, compradas em Pernambuco por 12 (doze) cruzeiros a unidade, resolvemos desfilar ficando uma ala de paletó vermelho, outra de azul, outra amarelo aveludado, chapéu azul, calça branca e sapato branco com filete preto.

Os costureiros foram TIANO, MAOEL e TOINHO. Com tudo definido, um dos componentes desistiu por ter compromisso em Recife/PE. No dia seguinte encontrei ANTONIO MELÉ e o convidei para participar da nossa agremiação, o mesmo aceitou e passou a frequentar os nossos ensaios na casa de JOSÉ AVELINO, na Rua Lucas Bicalho, nº 15. Na reunião seguinte escolhemos ANTONIO MELÉ como diretor, e o mesmo apresentou SALETE como PORTA ESTANDARTE. Ele tocando uma Caixa, vencemos o carnaval de 1962, tirando em primeiro Lugar.

Em 1963, ANTONIO MELÉ, ainda como diretor, responsabilizou-se pela organização do Bloco, solicitando a mudança de Estandarte para Bandeira. Foi quando sugeri uma lira de música com dois ramos de café para estampar a bandeira. Na reunião seguinte ficou definido pela diretoria que VERA LÚCIA seria a primeira porta bandeira, LUCARINO o cantor, as costureiras seriam MARINETE, DACI, FRANCISCA, ALVANIR, JANETE, NADIET e ELBANIR, e o novo nome da escola seria G.R.E.S. MALANDROS DO SAMBA. Ganhamos neste mesmo ano o título de Campeão e no ano seguinte (1964) o título de BICAMPEÃO.

Em 1964, nos nossos ensaios tivemos a visita do presidente do Bloco ferro de aço, O Sr. JOAQUIM DOMINGUES. Neste ensaio os sambistas o convidam a ser sócio da nossa escola e neste mesmo instante, solicitei a minha renúncia do cargo de presidente. O diretor da escola, ANTÔNIO MELÉ, propôs aos componentes o nome de JOAQUIM DOMENGUES para me substituir. Em 29 de abril de 1964, ficou definido ele (JOAQUIM DOMINGUES) como presidente, MARDOQUEO como vice e eu como Tesoureiro, cujo cargo administrei até o ano de 1970, onde fomos pela oitava vez campeão. Nestes Cinquenta e Cinco anos de Carnavais da Malandros do Samba, chegamos a Gloriosa totalidade de 33 (trinta e três) Títulos de Campeão do Carnaval de Natal.

Trabalhando em Natal no 3º BEC (Batalhão de Engenharia e Construção), fui transferido em 1970 para Picos/PI. No dia 22 de dezembro de 1970 fundei, com alguns colegas, o bloco UNIDOS DE NATAL e posteriormente ASCIBEC NO SAMBA, no qual Brincamos até 1978. Em 1979 pedi demissão do 3º BEC/PI e voltei a morar em Natal/RN, no bairro da Potilândia, onde fundei com BEZERRIL, DE PAULA, DAMIÃO, RAIMUNDO e FERNANDES um Bloco de Elite com o nome de PAPA SERENO, que anos depois mudaria para o nome de CARGA PESADA, o qual visitava as casas dos amigos das 10h00min às 17h00min. Durante a noite, nos dias dos desfiles das Escolas de Samba e Blocos de Índios, eu participava da apresentação da MALANDROS DO SAMBA, isso a partir do ano de 1980.

Nos anos de 1997, 1998, 1999 e 2000, assumiu o presidente KERGINALDO, dando o título de Tetracampeão aos MALANDROS DO SAMBA. Em 2001 ficou em terceiro lugar e como vice-campeão em 2002. Campeão em 2003, 2005, 2008 e 2010.

 

RELAÇÃO DE PRESIDENTES DA MALANDROS DO SAMBA:

 

1º Presidente - ALUÍZIO PEREIRA

2º Presidente - JOAQUIM

3º Presidente - DEDÉ

4º Presidente - TIANO

5º Presidente - RONALDO

6º Presidente - ERIBERTO

7º Presidente - LAÇA

8º Presidente - QUINHA

9º Presidente - KERGINALDO

10º Presidente - LAILSOM DE PAULA (atual)

 

A madrinha da escola, Dona NAZARÉ e o cantor FERNANDO TOWAR, que fizeram parte do conjunto dos MALANDROS DO SAMBA, foram destaques nas apresentações dos clubes de Natal. Nome de alguns dos compositores das letras de Sambas da Malandros do Samba: FERNANDO TOWAR, ALUÍZIO PEREIRA, MÁSCARA, ANTONIO MELÉ, LUCARINO, JOSÉ FERNANDES, CHICO TRUNFA, , GERSON, AGOSTINHO, MIGUEL, HERIBERTO, JOSÉ PETRIS, SALVIANO, FARRAPO, ZORRO, DEBINHA e HÉLIO CARIOCA.

No ano de 2005, no bairro da Potilândia, fundamos o bloco MERETO NA FOLIA com os componentes: ALUÍZIO PEREIRA, ALUÍZIO FILHO, EDMAR, EDMUNDO, TOTÓ, BUDIÃO, MAGUINHO, DJALMA, SMITH, MOURÃO, DINHO, EDUMUR, VASSOURINHA, CHANOCA, ROBERTO BELEZA, VAL, JOÃO MARIA, IVO e ROGÉRIO. Ainda brinquei no Bloco ZÉ PREKITO de BEZERRIL, que desfila nas Ruas do Bairro da Redinha e Barra de Maxaranguape, nos anos de 2011 e 2012.

Com este relato, conto minha história na passagem pelos blocos e escolas de sambas das Rocas e de Natal. Termino desejando a todos os MALANDROS E ROQUEIROS muita paz, saúde e felicidade com muita fé e Deus no coração.

 

 

Aluízio Pereira - Fundador e 1º Presidente (1958-1964)

 

 

 

 

LOA PROS CORNOS

Todo bicho que é escroto,

Quando casa vira corno,

Pois assim já está escrito

Que todo e qualquer castigo,

Pra ele é muito pouco!

 

 

POR CAUSA DE ORGULHO

Como pode tanto amar

E permanecer distante,
Sem me ter ao lado dela,
Sem me ter como amante.

Sem saborear meus beijos,

Os carinhos, meus abraços.
Sem o toque no seu corpo
Que a leva ao orgasmo!

Como pode tanto amar

E dormir todos os dias,
Tão sozinha sem sentir
Meu calor na noite fria.
 
Não entendo como é
Que prefere ficar longe,
Sabendo que é amada,
Desejada como antes.

E assim os dias passam,

E se vão embora os anos,
Solitária envelhecerá
Sem curtir, sem fazer planos;
Até o dia que acordar
E perceber o que perdeu,
Por causa de orgulho
Um grande amor não viveu.