PLACA DE VENDA

Vou botar placas de venda nesta casa,
Pois não posso mais viver assim
Com você longe de mim o tempo todo;
Vou ficar louco sem ter você aqui.
 
Trabalhei muito pra poder comprar.
Com muito esforço, ela mobilhei.
Me preparei pra contigo me casar,
Pois era o sonho que um dia realizei.
 
Fui muito feliz durante tanto tempo.
Bons momentos passamos juntos aqui.
Mas você mudou da água pro vinho,
E o que era só paz deixou de existir.
 
Foi tanta briga, diversas discussões,
Que pouco a pouco afastou você de mim.
Você se foi, mas deixou essa saudade
Que de noite me invade e não me deixa dormir.
 
Por isso agora resolvi mudar,
Vou pra outro lugar tentar um recomeço.
Quem sabe longe, de repente te esqueço,

E finalmente volto a ser feliz!

 

NADA VAI ACONTECER

Hoje não vou voltar pra casa,
Pois estou com raiva,
Muita raiva de você.
 
Hoje vou tomar aquele porre,
E quem sabe por sorte,
Nada vai acontecer.
 
Não vou flertar com ninguém,
Nem arrumar uma amante.
Você não será traída, ainda.
Dirás: ainda bem!
 
Mas sei que um dia
Isso vai acontecer,
Pois você me trata mal
E eu sou tão legal,
Legal com você!
 
Por isso vou tomar aquele porre,
E quem sabe por sorte,
Nada vai acontecer.

17-04-1990.

 

MINHA HARLEY

Eu não troco nada pela minha Harley.
Eu não troco nada pela minha Harley.
 
Um dia minha gata veio me dizer,
Que entre ela e a Harley,
Eu tinha que escolher,
No mesmo momento lhe respondi
Que prefiro a Harley, então pode partir.
 
Eu não troco nada pela minha Harley.
Eu não troco nada pela minha Harley.
 
Baby, escolho a Harley
Porque ela não reclama,
Porque ela não faz tipo,
Não põe outro em minha cama!
 
Ela me leva pra todo lugar,
E não se importa se vou demorar.
E quando saio pra flertar e beber,
Sei que com ela, brigar não irão haver.
 
Eu não troco nada pela minha Harley.
Eu não troco nada pela minha Harley.
 
Se você tiver come ela carinho,
Nunca, baby, nunca ficará na mão.
Se você acaso, sair sozinho,
Sei que não haverá complicação.
 
Por isso não troco nada pela minha Harley.
Eu não troco nada pela minha Harley.

Janeiro de 1992.

TEMPO

Como uma ave sem destino,
Como o vento sem rumo.
Como as ondas do mar
Que vem, mas vão voltar,
Vou vagando por aí,
Desde que ela se foi,
Procurando encontrá-la!
 
Quanto tempo ainda preciso,
Para conseguir esquecê-la?
Quanto tempo ainda viverei
Sem alegria, sem tê-la?
Quanto tempo ainda preciso
Esperar esse tempo passar?

Triste e solitário, assim vivo!

SALVEM O PLANETA

Desmatam nossas Florestas, exterminam com os animais. Poluem nossos Rios e Mares, poluem também o Ar. Destroem a camada de Ozônio, fazem de tudo por ganância, mas calados não podemos ficar. Ajudem a salvar o Planeta, salvem o Planeta, antes que seja tarde demais!

BANHOS DE CHAMPAGNER

Desmanche esta pose
De dona do mundo.
Desça do altar,
Pois não és nenhuma santa.
Não faça ar de menina ingênua,
Nós já descobrimos o quanto és sonsa!
 
Deitas em qualquer cama,
Desde que te peguem pra jantar
Em um restaurante da moda;
Que te levem para dançar
Naquela boate super badalada
De limousine;
Desde que te comprem joias
E no motel ainda exige
A suíte-presidencial.
Banho de champanhe rose!
 
Você sonha com a fama
E por isso vive na lama.
Você não tem escrúpulos,
Passa por cima de todos
Para tentar vencer.
Você faz de tudo para ser
A mídia do momento.

Pobre alma cheia de tormento!
 
 

MÃE NATUREZA TRISTE

Guerreira no seu Cavalo,
Correu a Mata e me contou
Que a Mãe Natureza triste,
Peito apertado chorou!
 
Sereia buscou nos Mares e Rios
O equilíbrio do Criador.
Querendo ver Mãe Natureza
Feliz e alegre, muito buscou.
 
O equilíbrio: o homem deixou pra lá.
Sem equilíbrio: tudo fora do ar!
Mãe Natureza Triste,
Peito apertado chorou!
 
E veio a destruição, a devastação
E o homem chorou;
A culpa é do próprio homem
Que quis brincar de ser Criador.
E a Mãe Natureza Triste,
Peito apertado chorou!
 
Mar, a Mata, Relva triste,
Todos e tudo chorou!
Faltando o equilíbrio
Avançou o mar, tudo devastou.
E veio a destruição, aniquilação
E o homem chorou;
A culpa é do próprio homem
Que quis brincar de ser Criador.
E a Mãe Natureza triste,

Peito apertado chorou.

*Selma do Samba - Edmundo de Souza.

14-05-2024

 

HINO DOS ESTRADEIROS

Preparei a minha moto,
Pois hoje vamos viajar,
Não importa o destino
Que vamos todos tomar.
Coloquei o meu colete,
Minha calça e a bota...
Vou pegar a de novo a estrada,
Isso é o que mais importa.
 
Todos juntos nesse reunião,
Vamos sempre unidos, é a nossa legião.
Motociclistas que respeitam,
A lei da nossa nação.
 
Somos estradeiros,
Somos aventureiros.
Sempre com respeito,
Vamos nos comportar.
Juntos nessa união,
É nossa religião.
Somos estradeiros

De grande coração!
 

*Moto Clube Estradeiros - Natal/RN.

A PRIMEIRA VISTA

Quando te vi pela primeira vez,
Algo estranho me envolveu.
Um desejo louco de te beijar
Tomou conta de mim.
Logo de cara, foi assim:
Amor à primeira vista!
Paixão fulminante,
Desejo ardente,
E a gente, entregues,
Envoltos em frenesi louco!
 
Mas tudo durou pouco,
Que pena! Você como veio,
Sumiu. Fiquei na solidão!
Ah, como quero sentir você,
Teu corpo, o teu cheiro.
Tocar outra vez teu rosto,
Afagar teus cabelos negros.
Preciso de ti, não é segredo,
Como uma flor da água e do sol.
Venha pra bagunçarmos o lençol,
Rolando na cama em chamas,
Perfumada com cheiro de amor.

Volta, volta logo, por favor!
 

FLOR PRIMAVERA

Quem me dera a flor primavera,
Tivesse eu, alguém para dar.
Para ao luar, ao violão,
Cantar canções de amor.
Sorver o sabor dos lábios,
E sentir o calor dos abraços.
Declamar versos banais
Que aprendi nas escolas,
Nos vários murais da vida.
 
Ah, quem me dera uma flor
Da primavera conquistar.
Ganhar um tenro olhar,
Ouvir o som suave da voz.
Sentir o toque de carinho,
Ver um sincero e belo sorriso,

E tudo mais que possa advim.

OS EXCLUÍDOS

Ando de pés descalços,
Dedos cheios de bichos.
Ando de roupas rasgadas, sujas,
Cabelos em piolhados;
Piolhos escorrem através do suor
Pelo pescoço.
Corpo esguio, esquelético,
Praticamente pele e osso!
Falta comida,
Falta trabalho!
Ando pelos sinais, praças,
Shoppings, Supermercados...
Pedindo esmolas,
Pastorando carros.
Às vezes roubo
Em virtude do vício.
Sou mais um que faz parte
Do time dos socialmente

Excluídos!

 

VOLTE PARA MIM

Eu não fui capaz de te esquecer,
Por isso te peço: volta pra mim.
Não consigo mais viver assim,
Longe de você, meu bem querer.
 
Volte meu amor, volte para mim.
Volte por favor, preciso de ti.
 
Já chorei tanto, derramei meu pranto,
Lágrimas já não escorrem mais!
Sofro a tanto tempo que este meu lamento,
Tão repetitivo ninguém quer ouvir.
 
Volte para mim, volte meu amor,
Volte por favor, preciso de ti.
 
Traga de volta a paz que você me levou!
Parecia grande aquele seu gostar.
Não entendo porque foi assim:
Você indo embora dizendo me amar!
 
Volte meu amor, volte para mim.

Volte por favor, preciso de ti.

 

DESEJO E SAUDADE

Mais uma vez
Colocou mel em minha boca.
Me embriagou com seus beijos,
Satisfez todos os meus desejos,
Levando-me ao delírio!
 
E novamente em seguida,
Virou fumaça e sumiu,
Deixando suas marcas em meu corpo,
E no coração um desejo louco,

Repleto de saudades!

VOCÊ NÃO SAI DA MINHA MENTE

Você não sai da minha mente,
Não adianta nem tentar.
Você não sai da minha mente,
Não adianta nem tentar.
 
Baby, eu não consigo te esquecer.
Baby é impossível deixar de te querer.
Baby, eu não consigo te esquecer.
Baby é impossível deixar de te querer.
 
Pois quando o amor é pra valer,
Se torna tão difícil deixar de querer.
Pois quando o amor é mesmo pra valer,

Se torna tão difícil de esquecer.

Natal/RN, 1989.

 

ARRASTÃO

Lá vai passando o arrastão!
Cuidado meu irmão
Com sua pulseira,
Seu relógio,
A carteira.
Não marque bobeira,
Antes de sair
Pra se divertir,
Deixa em casa tudo de valor.
 
Lá vai passando o arrastão!
Olha a confusão
No meio do salão.
Chamem a Polícia!
Olha a Polícia
Baixa o cassetete
No lombo do moleque.
Ele não veio só pra brincar!
 
Surge outra confusão
No meio do salão!
Uma perna sobe,
Um corpo cai.
O nêgo rodopia
E na pernada sai,
Encarando quem se mete
E a queda se repete.
“Capoeira, sexta-feira,
Não me impede de cantar...”
 
Olha lá, vai passando o arrastão!
Olha a Polícia!
Novamente a Polícia
Entra em ação.
A Polícia prende o brigão.
E o ladrão?
Cadê o ladrão?
Deu no pé, meu irmão,

Com o que lucrou do arrastão.

Natal/RN, Junho de 1992.