FONTE DE TUA BOCA

Já fui tocado por teus lábios,

Onde pude neles me deliciar

E provar da fonte de tua boca.

Lembro o gosto de mel que há.

Maravilhado! Extasiado! Poxa,

Agora quero outra vez beijar!

TÃO SOLITÁRIO

E agora o que faço?

O peito em chamas,

O coração acelerado.

O meu pensamento

A todo o momento,

Lembrando você.

Eis-me apaixonado...

Porém, tão solitário!

VELHA GUARDA

E no ato da minha morte,

Eu que nunca dei sorte,

Até sorte teria se morresse na boemia;

Numa noite estrelada com choros de violão,

Com chumbinho,

Com uma canção cantada no beco da lama,

Nas varandas do Rio Potengi,

Onde um dia viram surgir o carnaval de Natal.

Ainda bem que tem a velha guarda,

Que nos resguarda e nos garante

O não esquecimento de tantas melodias.

TUA FOTOGRAFIA

Que seria do meu domingo,

Se eu não pudesse ver

Você assim, linda, sorrindo?

Sei que é quase ou é impossível,

Mas me contento e mato a nostalgia,

Simplesmente vendo tua fotografia!

CORAÇÃO VAZIO

Que tal nós dois

Tentarmos ser

Felizes juntos;

Quem sabe pode acontecer

Do amor brotar

No coração

E ressurgir louca paixão;

E ressurgir louca paixão.

Sei que você está só,

Estou sozinho também,

Então vem me acompanhar.

Estou livre pra voar

Por outro céu, outro mar,

É só querer acreditar.

Meu coração tá vazio,

De ocupação necessita;

Faça você dele tua moradia.

PENSAMENTO

Se é triste perder um amigo,

Que dirá se perder um amor!

MINHA NATAL

Tão linda! Não há igual.

É você minha cidade,

Meu torrão, minha Natal!

BOM AMANHECER

Ah, que alegria

O dia começar
Com Poesia!

MEU DISSABOR

Sou triste!

Mesmo cantando,

Meu canto é triste.

Mesmo sorrindo,

Meu sorriso é sem graça,

Sem felicidade.

Mesmo dançando,

Apenas escondo

Todo meu dissabor;

Tudo por causa

De um amor ausente!

MINHA FELICIDADE

Um dia quando encontrar minha felicidade,

Talvez seja bem tarde,

Tarde para viver tudo

Que estou perdendo agora!

Talvez já não tenha a mesma disposição

Para dançar, cantar, sorrir, beijar...

Pois posso estar cansado

Em virtude da idade.

Na realidade, preciso encontrá-la agora!

Do que me servirá ter alguém se já

Não poderei aproveitar os momentos ao lado dela.

Com a idade avançada,

O único momento que posso aproveitar

É o da fila do SUS,

Batendo papo com outros idosos!

VERDADEIRO EU

Olhe a aparência;

Mas o verdadeiro eu,

Enxergue na essência.

LÁBIOS DE MEL II

Tudo que é difícil é mais gostoso.

Tudo que é proibido tem sabor especial.

É proibido proibir!

Se proibirem, garanto que tento mesmo assim,

Ainda mais se for para provar um “Lábios de Mel”.

PARA VIVERMOS EM PAZ

Todos nós merecemos ter

O perdão para então poder,

Vivermos finalmente em paz,

Recomeçando, não errando jamais.

Eu preciso do teu perdão,

Pois assim pede meu coração

Que faz tempo não mais aguenta,

Ficar longe por causa de desavenças.

Quando será que iremos crescer

E finalmente nos entender;

Ou será que viveremos assim,

Longe um do outro até chegar nosso fim.

A MAGIA DE AMAR

Você não quer saber de mim,

Agora tenho que parar

Pra repensar tudo e assim,

Traçar novas metas para alcançar.

E deixar

Que alguém se aproxime,

Pra tentar

Cicatrizar meu coração

Que está ferido,

Muito machucado

Por causa da decepção.

Vou agora correr

Atrás da felicidade.

O tempo perdido,

Hoje quero recuperar.

Só irei chorar

Se for de alegria.

Quero viver a magia de amar!

ADMIRÁVEL

O que falar de alguém admirável?

Uma missão difícil de se realizar.

Procuro achar um termo aceitável,

Nos vocábulos que consigo lembrar.

Só sei que pessoas bonitas assim,

É muitíssimo raro de se encontrar.

Dentre as milhares que conheci,

São poucas as que pude identificar.

Não nos basta ter um corpo lindo,

A beleza está no nosso interior,

Por isso que então, agora te digo:

És uma das poucas que Deus criou!

ANSEIOS

Estás linda, maravilhosa,

Que quase não contenho,

Minha senhora, o desejo

De abraçar, dar-te beijos.

Sequestrar você pra mim,

E roubar o teu coração

É tudo que mais anseio!

XODÓ

Passo os dias lembrando de ti,

Na cabeça um pensamento só:

Contemplar o teu lindo sorriso.

Sinto por você um grande xodó!

VERSOS QUE TOCAM A ALMA

Já não sei se devo te encontrar;

Não posso mais ousar te tocar.

Dedico então a ti minha poesia,

Pois ela me faz de ti aproximar.

Nas horas que a saudade bate,

Meus versos vêm e me acalma.

Com eles te toco por completo,

Podendo também tocar tua alma!

LÁBIOS

Libido incontrolável

Ao vê-los pintados.

Busco me aproximar,

Imediatamente provar

O gosto tão imaginado.

Serei eu contemplado?

LADO A LADO

Apenas saiba do meu gostar,

Saiba de meu louco amar.

Saiba que eu vivo sonhando

Com você aqui, toda minha;

Com você de novo amando.

Eu e você, bem agarrados,

E dormindo de conchinha,

Juntos enfim, lado a lado!

ESSA DOR

Sofro!

Sem saber por que tanto sofrer.

Se eu a amo e sei que ela e ama,

Porque então isso acontece?

Será que somos como água e óleo,

Não se misturam?

Enquanto não sei a resposta,

Vou vivendo com essa dor!

MINHA TRISTEZA

Ninguém queira passar o que passo

E nem sentir a dor que eu sinto.

Nem derramar as lágrimas que derramo,

Pois é uma sensação muito horrível!

Se sorrio, não é por sentir felicidade,

Mas sim, por não querer que percebam

A minha imensurável tristeza.

Nunca queiram sofrer por amor!

RESOLVI NÃO LUTAR

Já beijei tantas bocas,

Procurando encontrar

O sabor dos beijos teus,

Pra poder me saciar.

Só que nunca encontrei,

Também nunca consegui

Esquecer de ti, amor,

E assim, eu prossegui...

Pelas noites, pelas festas

No desespero de te encontrar.

Já tentei, eu insisti,

Resolvi não mais lutar

Contra este grande amor

Que no peito veio morar.

Invadiu o coração

E se fez perpetuar.

PENSAMENTO

É muito duro amar alguém 

que não podemos ter do nosso lado!

BOCA DE MEL

Quero pedir-te algo,

Será que podes me dar?

Quero provar teus lábios,

Teus beijos de novo ganhar.

Sentir a tua língua

Tocando o meu céu.

Sorver o doce gostinho

Da tua boca de mel.

ACRÓSTICO V

Fui acometido de repente,

Infectado coração, mente.

Agora tenho o vírus paixão!

ACRÓSTICO IV

Antes não havia nada;

Nem luz, dia, alvorada...

Agora descobri nova vida!

LAMÚRIAS

De que me vale este amor que sinto?

Não sou e nunca fui correspondido!

Amo única e exclusivamente só.

Não sei o porquê de perdurar tanto,

Se por ele só derramo meu pranto,

Terminando toda noite solitário.

Como pode? Fico me perguntando.

Sigo me maldizendo e lamentando!

NOVA AURORA

Quem me dera

Que num lindo despertar,

Ao gorjear dos rouxinóis,

Suas quimeras

Se tornassem realidades.

Que você descobrisse

O mundo diferente

Do que enxergas agora;

Quem sabe dessa forma,

Haveria oportunidade

Para sermos felizes,

Nesta nova aurora?

SHOW DA NATUREZA

Lindo por do sol!

Pássaros cantam como no arrebol.

O rio reflete os últimos raios

E eu, admirado pela beleza,

Queria ter, com certeza,

Você ao meu lado observando
Este grande espetáculo

Da mãe natureza.

EU, VERBO

Um dia

Pensei ser sujeito a amar,

Mas descobri que meu sonhar

Não passava de fábula,

Imaginação!

E eu, verbo querer,

Querendo a qualquer preço amar,

Não medi esforços

Para tentar mostrar

Todo o sentimento

Contido e reprimido por mim,

Dentro do peito.

E eu, agora verbo sofrer,

Descobri que meu querer,

Era apenas meu.

Não fui querido,

Nem desejado,

E perante tal descoberta,

Senti que era folha caída,

A vagar sem rumo, incerta,

Até onde o vento quiser levar!

PENSAMENTO

Como posso cobrar de alguém que não faça comigo o que já fiz com ela? Com que autoridade posso falar se já cometi o mesmo erro? Eis a questão!

CRISE DE LIBERDADE

Não posso mais voar,

Pois cortaram minhas asas.

Agora fico observando

Meus amigos planando,

Percorrendo todo o céu

Como faz um carcará.

Indo para onde querem,

Fazendo piruetas,

Quedas livres,

Voo rasante!...

Enquanto eles curtem

Ao máximo sua liberdade,

Fico aqui admirando, sonhando

Com a minha de outrora,

Agora perdida!

DOR DA SAUDADE

Eu vou chorar, vou sofrer;

Querer morrer, me mandar.

Mas aguentarei toda a dor

Que a saudade me trará!

A GRANDE FERA

Depois que termina o show,

Apagam-se todas as luzes;

Todos, aos poucos, se vão.

E então, voltamos pra casa,

Pra dura realidade da vida.

Novamente nos deparamos

Com a casa vazia, obscura,

Fria e no quarto, a cama

De casal pra ser ocupada

Por um corpo só. É solidão!

A solidão é uma grande fera

Que nos devora lentamente!

MULHER, MULHER

Lindas e Poderosas!

Mulher de toda hora.

De momentos bons,

Momentos difíceis.

Umas nos edificam,

Outras deixam tristes!

Mas, não conseguimos

Ficar tão longe delas.

MEU SEMBLANTE

Muito samba de raiz,

Assim meu verso diz.

E eu, aparentando tão feliz,

Canto para que meu pranto

Não se derrame, mostrando assim

Toda essa minha tristeza,

Através do meu semblante!

DESTINO DE POETA

Eu já não sei se é sina

Ou destino de poeta,

Mas vivo numa guerra,

Pois tenho passado a vida,

Gostando de uma menina

Que nunca gostou de mim.

Tentei esquecer, não consegui,

E assim vou prosseguindo,

O tempo todo persistindo,

Buscando um dia ser feliz!

SINÔNIMO DE ALEGRIA

Faço do Samba o adereço

De minha própria alegria.

Na minha alegoria,

Solto as minhas asas

E voo na imaginação.

Em cada instrumento sinto

Uma tremenda emoção.

Uns fazem o ritmo,

Outros a harmonia

A penetrar em nosso coração. 

Quando olho pro salão,

Vejo no rosto alegria

Que se expressa genuinamente,

Me solto e sambo simplesmente,

Até meu pé adormecer!

E se o Samba for em Madureira,

Meu irmão tenha certeza,

Sambo o domingo todo

Só parando na segunda-feira! 

*Mário Bróis/Edmundo de Souza.

AGORA VOU VIVER

Nunca mais

Irei sofrer por você.

Finalmente o pesadelo acabou!

Demorei a enxergar

Todas as maldades que me fez.

Só precisava respirar

E você sempre a me controlar.

De agora em diante vou seguir,

Com a certeza de encontrar

Em algum lugar um novo amor,

Que seja diferente de você

E que me dê valor.

Será que realmente você amou?

Agora vou viver

Tudo o que sempre quis,

Pois ao seu lado só fui infeliz!

Você me sufocou,

Eu nunca senti prazer!

Contudo, livre, volto a viver.

*Marcílio Freitas/Edmundo de Souza.

AMÉLIA, MINHA VIDA

Eu conheci Amélia

Uma linda mulher

Na casa de Chico,

Meu amigo de fé.

Num samba de roda

Em comemoração,

Ao aniversário

Do seu filho João.

Amélia toda faceira

Sambava sem parar.

Ai, como era bom

Ver seu requebrar.

Num vestido rodado,

Prendeu minha atenção;

Amélia cativou,

Ganhou meu coração.

Mas a festa terminou,

Cada um foi pro seu lado.

Desde então não mais a vi,

Mas eu tenho procurado

Ter notícias dela,

Uma informação.

Amélia sumiu,

Levou meu coração!

Diga por onde andas,

Amélia querida?

Razão do meu sofrer,

Vida da minha vida!

(SAUDADE) DOR INVOLUNTÁRIA

O que dizer sobre a saudade que já não tenha sido dito? Paro, penso e reflito sobre esta dor involuntária que trago comigo, mas não chego a uma conclusão. E as lágrimas escorrem pelo rosto abatido!

BRÓIS

Ele

Elegância

Estilo

Exuberância

Exceção

Enaltecido.

*Ao meu amigo e Poeta Mário Bróis.

AGORA VOU VIVER

Nunca mais

Irei sofrer por você.

Finalmente o pesadelo acabou!

Demorei a enxergar

Todas as maldades que me fez.

Só precisava respirar

E você sempre a me controlar.

De agora em diante vou seguir,

Com a certeza de encontrar

Em algum lugar um novo amor,

Que seja diferente de você,

Que me dê o valor.

Será que realmente você me amou?

Agora vou viver

Tudo o que eu sempre quis,

Pois ao teu lado só fui infeliz!

Você me sufocou,

Eu nunca senti prazer!

Contudo, livre, volto a viver.

Marcílio Freitas/Edmundo de Souza