sexta-feira, 31 de março de 2017

CICATRIZ

Quando eu cair
E não mais me levantar,
Você vai ver o que perdeu
E não quis aproveitar.                (BIS)
Quando eu cair,
Você vai me dar valor.
Infelizmente vai ser tarde,
Meu senhor.

A gente luta pra conquistar um lugar,
Mas o destino tem um jeito
De nos fazer parar.
E a velhice vai chegando lentamente,
Vai nos tolhendo, nos deixando a desejar.   (BIS)

Quando eu cair
E não mais me levantar,
Você vai ver o que perdeu
E não quis aproveitar.                (BIS)
Quando eu cair,
Você vai me dar valor.
Infelizmente vai ser tarde,
Meu senhor.

Lembrem que o tempo passa
E em nada volta atrás.
Aproveite o momento,
Dê seu melhor, oh, meu rapaz.      
Seja feliz, faça alguém feliz!
Não deixe no peito nenhuma cicatriz.

Quando leu cair...

*Selma do Samba - Edmundo de Souza.

quinta-feira, 30 de março de 2017

ESPERA



A cada dia que amanhece
E não te vejo ao meu lado
Ao acordar, sinto-me vazio!

Então, vêm as lembranças.
Você junto comigo na mesa,
Conversando, fazendo planos...

Se soubesses o quanto te quero.

Que ainda por ti, todo dia espero.

quarta-feira, 29 de março de 2017

CHUVA PRU SERTÃO

Meu Deus, muito obrigado
Pelo belo presente,
Mas faz chover também
No sertão da gente.

É que aqui na capital
Anda tudo tão legal,
Enquanto lá no meu sertão,
Está sofrendo o nosso irmão,
Que deixou o seu lugar
Por não mais aguentar...

Ver o gado morrendo,
A caatinga secando,
A lavoura se perdendo,
A esperança se acabando.

Até Rosinha já se mandou,
Deixou abandonado seu ninho de amor.

O sol inclemente, a falta d'água,
Levou o seu cachorro, secou a sua alma.


Óh, meu Senhor tem compaixão
E manda chuva pro nosso sertão!


*Edmundo de Souza - Luíz Antônio.



segunda-feira, 27 de março de 2017

MINHA SOGRA MARRENTA

A minha sogra
Não tem comparação,
Se eu pudesse casava com ela,
Largava sua filha de mão.

Só tem um pequeno detalhe:
É na hora dela dormir,
Ronca igual à cuíca
Quando tá no terreiro feliz a sorrir.

Pense numa velha marrenta,
Ninguém aguenta quando ela começa
A beber e encher a cara,
Pois fica muito brava,
Com ela não tem conversa.
Certo dia numa festa
Pegou o pobre do meu sogro,
Deu-lhe uma surra de perna,
E ainda de quebra um soco no olho.

A minha sogra
Não tem comparação,
Se eu pudesse casava com ela,
Largava sua filha de mão.

Só tem um pequeno detalhe:
É na hora dela dormir,
Ronca igual à cuíca
Quando tá no terreiro feliz a sorrir.

A velha quando ta de bem,
Pense num chamego que comigo tem.
Comidinha bem quentinha,
Suquinho gelado e até sobremesa.
Digo com toda certeza
Igual a ela, eu não arranjo.
No dia que tô sem dinheiro,
Basta um lamento
Que até isso eu ganho.



*Aluízio Pizão – Edmundo de Souza.



ONDE TUDO COMEÇOU

Bato palmas
Pra quem gosta de samba,
Que curte o som de um bamba,
Que valoriza a raiz.
Que se alegra ao som de uma viola,
Quando o cavaco chora,
Sempre fica mais feliz.

Valorizo quem gosta do batuque,
Aquele que não se ilude
Com o que vem de fora;
Que sacode quando o surdo fala,
Me reporto a senzala,
Onde tudo começou.

Onde o negro
Pra esquecer tanto sofrer,
Nos tambores fez nascer
O que hoje é tradição.

Bato palmas
Pra quem gosta de samba,
Que curte o som de um bamba,
Que valoriza a raiz.
Que se alegra ao som de uma viola,
Quando o cavaco chora,
Sempre fica mais feliz.

Tantas cantigas, danças, capoieira,
O folclore que nos rodeia
Aonde quer que vá.
Identidade
Da nossa nação querida,
Muito embora tão sofrida,
Não se deixa vencer.

E é nas rodas
Do nosso querido samba,
Que se renova a esperança
De um novo amanhecer.


*Marcelo Maya – Edmundo de Souza.

quinta-feira, 23 de março de 2017

POESIA CANTADA

Todo dia,
 Eu falei que todo dia,
Acordo de madrugada,
Suspirando poesia!

Tenho sempre uma caneta
E papel pra rabiscar,
Pois quando vem a inspiração,
Não tem como esperar.

Acontece a qualquer hora,
Em casa ou na estrada,
Versos de temas diversos
Se tornam Poesia cantada.

Todo dia,
 Eu falei que todo dia,
Acordo de madrugada,
Suspirando poesia!

Faço partido alto,
Samba canção e de amor.
Conto uma história engraçada
Pra espantar a tal da dor.

A minha inspiração
Que me manda é o criador,
Por isso falo com orgulho
Que eu sou compositor.



 *Edmundo de Souza – Marcelo Maya.

quarta-feira, 22 de março de 2017

VÓ MARIA DE GUINÉ

Na casa de Vó Maria,
Tem batuque, tem axé.
Filhos seus que lá se encontram,
São carregados de fé.
Trazem ancestralidade,
Força, garra e união.
Pisa firme no terreiro,
Bate na palma da mão.

Com arruda me benzer,
Com sete ervas me banhar.
Vem Vovó com seu cachimbo,
Chega pra abençoar...
Ela faz seu descarrego,
Logo me sinto bem melhor.
A coisa quando tá braba,
Só quem resolve é minha Vó

Vou bater cabeça,
Vou buscar axé.
Vou pedir a benção,
Vó Maria de Guiné.
Desfazer mandinga,
Tem que ser assim.
O seu olho gordo,
Jamais vai pegar em mim.


*Carlos Brito – Edmundo de Souza – Heder Rocha.

quinta-feira, 16 de março de 2017

TEU PERDÃO

Desculpe se te magoei,
Com meu jeito inconsequente de ser.
Eu confesso que nunca pensei,
Que pudesse te ofender
Com o que escrevi.
Eu apenas quis brincar.
Eu não fiz por mal!
Não foi proposital,
Não tive intenção de te machucar.

Agora só quero me retratar.
Por favor, preste atenção:
Não vamos mais brigar,
Olha só, vem me dá teu perdão.

PASSATEMPO

Tantas vezes me humilhei
Correndo atrás de você.
Indo na tua porta,
Esperando pra te ver,
Na saída do trabalho,
Esperando pra matar
A saudade angustiante,
Que vive a me sufocar.

Mas só ouvi você falar
Oh, meu rapaz desapareça.
Esqueça meu endereço,
Meu número, me esqueça.

Passei noites acordado,
Pois dormir não conseguia,
Sentindo a tua falta,
O frio me perseguia,
Me fazia no impulso
Por você ir procurar.
Perdi todas as viagens,
Não cosegui te encontrar.

Tanto te quis, até demais!
Quebrei a cara, pois só ouvi
Que não sou homem pra você,
Mas hoje em dia entendi...

Eu só servi de passatempo,
E o tempo pra mim passou.
Hoje estás em outros braços,
Mas meu coração já superou!

PRESSÁGIO

E o vento trás
Notícias boas,
Tomara que chova,
Tomara que chova.

Pode cair
Molhando devagarzinho,
De pouquinho em pouquinho,
Até de amor transbordar.

Vem inundar
De carinho e felicidade,
Pra molhar minha saudade,
Deixando a água nos levar.

E o vento trás
Notícias boas,
Tomara que chova,
Tomara que chova.

Que venham 
Os trovões de madrugada,
Anunciando tua chegada.
A espera terminou!

Agora amor
Na chuva vamos dançar,
Eu só quero aproveitar
Porque pra mim você voltou.


*Marcelo Maya - Edmundo de Souza.

segunda-feira, 13 de março de 2017

O TEMPO PASSOU, NÃO MUDEI

Eu vejo meus cabelos brancos,
Relembro tudo que vivi.
Daqueles sambas de outrora
Que eu nunca me esqueci.

O passado preso na memória
Das coisas que me fez feliz.
Momentos e da minha estória,
Faria tudo de novo o que fiz.

É, o tempo passou,
Muita coisa mudou
E eu enfrentei.
Meu corpo hoje anda cansado,
Tô com o rosto enrugado,
Mas eu nunca mudei.

Caminho pelas mesmas ruas,
Procuro meus velhos amigos,
Alguns já foram embora,
E outros continuam sorrindo.

Ainda pego na viola
E volto a sorrir novamente,
Quando vejo todos cantando,
O samba pulsando como antigamente.

É o tempo passou,
Muita coisa mudou
E eu enfrentei.
Meu corpo hoje anda cansado,
Tô com o rosto enrugado,
Mas eu nunca mudei.



*Marcelo Maya – Edmundo de Souza.



domingo, 12 de março de 2017

LUZ PRÓPRIA

A estrela do meu pai,
Quero que brilhe lá no céu.
Minha estrela aqui na terra,               
Brilhará sem ser teu réu.

Quando meu pai aqui estava,
Disse filho vá estudar,
Pois senão você acaba
Nesse mundo a mendigar.

Mendigo não quero que sejas,
Um astro procure ser.
Pois no Samba só os bambas,
Jamais mendigam pra vencer.

Uma estrela sem luz própria,
Vive a luz de outra furtar,
Por isso filho procure
Seu próprio brilho alcançar.


*Ezequias Félix - Edmundo de Souza.

sexta-feira, 10 de março de 2017

RESSACA MORAL



Depois da briga,
Veio a distância
E a saudade me visitou.
Senti a dor de te perder!
E como é ruim, meu amor,

Ficar longe de você.

Na hora da raiva
Se fala sem pensar;
Sai tanta besteira,
Asneiras pra machucar.
Não raciocinamos
E os danos são demais.
Perdemos o senso,
Gritamos, batemos...
E outras coisas mais.

Aí, depois de alguns dias
A nossa cabeça esfria,
Então é que veremos
A besteira que fizemos.
Vem a ressaca moral
E a vergonha que nos invade,
Então baixamo a guarda,
Esperando que não seja tarde!

CONECTADO EM TI



Hoje, dia das mulheres, quis te homenagear. Então te escrevi estes versos singelos, porém sinceros.
Olha, posso tá longe de ti, contudo, mesmo assim, sempre lembro de você. E todas as noites quando deito, rezo e peço a Deus nas minhas orações, que ele te abençoe e proteja, não só você, mas a teus filhos e família também. Pois bem, deixo de arrodeio e termino desse jeito, dizendo que te gosto, muito embora distante, gosto sim e a todo instante, minha mente está conectada em ti.

quinta-feira, 2 de março de 2017

A SAUDADE

Se saudade matasse,
Eu já teria morrido;
Se ela tivesse asas,
Certamente teria ido
Atrás de você,
Saciar esta vontade,
Imensa vontade louca de te ver.

Saudade que maltrata,
Que tira o meu sono,
Então varo a madrugada,
Solitário, lamentando;
Olhando a fotografia,
Sentindo tanta falta.
Lágrimas nos meus olhos,
Refletem a dor que não passa.

Se eu soubesse, meu amor,
Se eu adivinho
Que não te esqueceria,
Não teria aceitado,
Nunca teria deixado
Você partir, naquele dia.

O BRASIL ACORDOU

Lava, lava, lava, Lava Jato.
Lava, lava, lava... Gabiru e rato.
Ferra Deputado, ferra Senador,
Ferra Presidente e Governador.
Prefeitos, Empresários e Vereador...
Quem dilapidou-nos, já se ferrou!

A Lava Jato do Mouro,
Inovando incomodou.
Pôs na cadeia, corruptos
Que ao nosso povo roubou.

Lava, lava, lava, Lava Jato.
Lava, lava, lava... Gabiru e rato.
Ferra Deputado, ferra Senador,
Ferra Presidente e Governador.
Prefeitos, Empresários e Vereador...
Quem dilapidou-nos, já se ferrou!

Cadeia agora é pra todos,
Finalmente o Brasil acordou.
No País que reinava a impunidade,

A Justiça ferra quem o saqueou!

*Ezequias Félix – Edmundo de Souza.