EU E VOCÊ NO CARNAVAL

Não fique triste, meu bem!
Não vou te deixar só.
Este carnaval, não vai ser igual,
Será bem melhor.
 
Vamos sair amor,
No Frevo do Chico,
Nazi, nas Guerreiras,
Psyu, Rocas, Ponta Negra,
Largo do Atheneu...
 
Fobica do Jubila,
Bloco das Raparigas,
Nas Kengas, no Baiacú.
No Bloco dos Cãos.
 
Serás minha companhia,
Tendo frevo ou marchinha
Estaremos juntos lá,               

Repletos de emoção.

*Edmundo de Souza - Luíz Antônio - Chumbinho do Cavaco.

 

CAMINHOS

Hoje eu quero falar
Com sinceridade e apreço,
Nesse momento é melhor
Andar sabendo o endereço.
 
Sempre inspirado nos sons
Dos acordes do meu violão.
Seguir por caminhos
Que chegue a uma paixão.
 
Procurar sempre o lado do bem,
Fazer o certo é o que convém.
Existem duas estradas
Por onde andar.
Às vezes a com espinhos

É que leva a um bom lugar.

*Evilásio Galdino - Edmundo de Souza.
 

AUTOANÁLISE

Agora que estou na reta final,
E a missão está quase cumprida,
Analiso meu comportamento
Que não foi lá muito legal.
 
Sei que errei na minha caminhada,
Que machuquei aqueles que me amavam.
Mas como o tempo não volta atrás,
Só posso me arrepender e pedir mil vezes perdão.
 
Não tem como consertar os erros que cometi,
Garanto que se pudesse, iria me esforçar,
Pra fazer tudo desta vez diferente,
E ver o meu povo contente
E contente também iria ficar.
 
Mas te peço perdão, oh meu senhor,
Por tudo de ruim que de mim brotou.
E peço desculpas aos entes queridos meus.

No dia que partir não mereço choro no meu adeus!
 

SOU BEBEZÃO

 

A quarta-feira de cinzas passou
E o final de semana chegou,
Mas o Carnaval pra gente não acabou.
 
Na Cidade Satélite
Ainda tem no domingo,
Quem tenha muito fôlego,
Pra cair no frevo comigo.
 
Disposição de criança
Que nunca cansa de brincar.
Vem pro Carnaval da ressaca
Que o bebezão já vai passar.
 
Sou bebezão, sou bebezão!

Por onde passo deixo muita animação.

*Na foto o folião Luíz Antônio.

A TRISTEZA VAI PASSAR

Cedo ou tarde vai chegar a bonança
E a certeza de curar,
O meu coração cansado de chorar.
A tristeza vai passar!
 
O que houve entre nós dois,
Um amor que não vingou!
Não merece sofrimento,
É partir pra outra
Sem tempo a perder.
Melhor será pra mim,
É de vez te esquecer enfim.
 
Vou recomeçar,
Nascer mais uma vez.
Sou merecedor da felicidade
E o que passou, passou,

É saudade!

*Andiara Freitas -  Luíz Antônio – Edmundo de Souza

 

BUSCA DE SONHOS

Ah, se cada um bem soubesse
O poder que tem,
A busca de um sonho
E tudo mais que lhe convém.
 
Ver brilho nos olhos,
Coração acelerar.
No peito alegria,
Como é bom compartilhar.
Dividir o pouco que tem,
Transmitir conhecimento também.

Ouvir um obrigado,
Repleto de gratidão,

Com sinceridade,
Não tem preço a sensação.

Ajudar sem olhar a quem,

Coração dizendo amém!

*Jane Cortez - Edmundo de Souza.
 

POETIZANDO IV

O tempo vai passando que a gente nem nota,
E o Natal já vem quase batendo a nossa porta.
Nessa hora o mais importante certamente,
É renascermos para sermos bem melhores,
É renascermos para a Fé no Todo Poderoso.
Pois o Filho de Deus que já esteve conosco,

Deixou os ensinamentos que levam a salvação.

POETIZANDO V

 

Vou fazendo meu repente
Num galope abençoado,
Agradecendo a Deus
Por tudo que tem me dado.
Por cada dia de vida
Que amanheço e anoiteço,
Dou Graças todos os dias,

Disso nunca me esqueço.

ROTA DE FUGA

Então é assim que tudo acaba?
Com poucas palavras,
Chegamos ao fim!
 
Cada um vai pra um lado,
Triste e cabisbaixo,
Sem olhar pra trás.
 
E quando se chega em casa,
A dor da solidão assusta.
Lágrimas correm dos olhos,
Enquanto se pensa numa rota de fuga.
 
E amanhã quando amanhecer,
O que vamos fazer
Com toda essa falta?
 
Se a saudade acaso bater,
O peito remoer...
Será que poderei te procurar?

Pra ver você e quem sabe conversar.
 

POETIZANDO III

 

NATALÍCIO

 

POETIZANDO II

 

SOU DO SERTÃO

Sou do Sertão, seu moço, pode crer,
E tenho muito orgulho do que vou te dizer:
Lá na minha casa não tem nada de luxo,
Mas sou feliz com o pouco que possuo!
 
Tem um fogão a lenha pra cozinhar
O feijão e o milho que eu planto por lá.
Uma bate-bucha que é pra mim caçar,
A mistura pro almoço e pro jantar.
 
Uma cadeira de balanço pra descansar,
E um velho rádio com um forró a tocar.
Tem o meu cachorro que é vira-lata,
E a criação de guiné, carneiro e vaca.
 
Sou do sertão, seu moço, pode crer,
E tenho muito orgulho do que vou te dizer:
Lá na minha casa não tem nada de luxo,
Mas sou feliz com o pouco que possuo!
 
Tem o leite bem quentinho pra nós beber,
Pra colocar no cuscuz e no manguzá.
A galinha com os ovos pra nós cozer,
Nós num tem muito, mas dá pra sobreviver.
 
E se tem muita chuva, tem tudo em quantidade.
O Sertão fica mais belo, é muita felicidade.
Agradecemos a São Pedro com o Padre na Igreja,

Pela Benção recebida, pelo alimento na mesa.
 

ACORDA SERTÃO!

 

LINDO DIA!

 

POETIZANDO I

 

EVOLUIR (COISAS DA NATUREZA)

 

Todo dia nasce um Sol,
Que se renova a cada dia.
E sempre ao acordar,
Você renascerá;
Dádiva que nosso Senhor nos deixou,
Um presente tão Divino!
 
Da árvore a folha cai,
Nascendo outra no lugar.
Das aves a pena também cai,
Pra renovar toda beleza;
Pra que se possa admirar
As coisas da Natureza.
 
De tudo se tira uma lição!
Entendo que a vida é assim:
Cada dia um aprendizado
Que nos leva a evoluir.
 
Por isso todos os dias
Ao acordar se reinvente.
Seja melhor do que foi antes,

É o que o Senhor espera da gente.

NÃO TOU NEM AÍ

Dizem que sou abusado,
Digo que não tem nada a ver.
Simplesmente estou mudado,
Bem diferente de você.
 
Só quero agora do meu lado,
Alguém que venha pra somar.
Estou cheio das sanguessugas
Que só querem me sangrar.
 
Só colo com quem cole comigo
De corpo, alma e de coração.
Aquele tolo apaixonado,
Hoje faz uso da razão.
 
Mas eu não estou nem aí,
Eu não estou nem aí.
Quem quiser gostar de mim,

Vai ter que me aceitar assim.

CORAÇÃO CICATRIZADO

 

Faz tempo que estou tentando esquecer,
E ela por aí de novo amor.
Faz questão de passar onde eu possa estar,
Acho que ela só quer me machucar.
 
Estou sofrido, tou carente, não tou legal,
Essas coisas de gostar só me fazem mal.
Tou sofrendo muito é uma dor sem fim!
Quem já sofreu sabe o quanto é ruim.
 
Mas garanto que isso tudo vai mudar.
Está difícil, mas irei me levantar.
Vou superar toda essa dor,
Com outro alguém que saberá me dar valor.
 
Estão você vai me ver agarradinho.
Todo sorridente, trocando beijinhos.
Sempre lado a lado, coisa que você não quis.

Vai chegar o dia de finalmente ser feliz!

MÉMORIAS DO MESTRE

Recitado: Antigamente, quando não existiam lojas de instrumentos musicais, os sambistas fabricavam seus próprios instrumentos de percussão, artesanalmente, com barricas, cabaças e outros materiais; assim como o mestre Aluízio Pereira, que fabricava os instrumentos para que a bateria da Escola Malandros do Samba pudesse desfilar pelo Bairro das Rocas.
 
Foi no carnaval que passou,
Que nossa escola muito bela desfilou,
Repleta de pompa e de alegria,
Contagiando o povo com nossa magia.
 
Respeite a Velha Guarda e o Número Baixo,
Que chegou primeiro e deixou o seu legado.   (bis)
 
Recitado: A Escola se reunia no quintal da casa de um dos componentes para ensaiar. A Bateria, as Passistas, os Passistas, Porta Bandeira, Mestre Sala, toda Escola. Os componentes contribuíam para ajudar a Escola, que juntamente com doações de comerciantes locais que assinavam o Livro de Ouro, compravam as Fantasias. E assim a Escola descia para a avenida para o desfile. Assim conta Mestre.
 
Nossa escola estava tão bonita,
Todos aplaudiram ao passar.
Ganhamos novamente o Carnaval!
E todos gritavam: é a melhor de Natal.
 
Respeite a Velha Guarda e o Número Baixo,
Que chegou primeiro e deixou o seu legado.   (bis)
 
Recitado: Essa é uma das Histórias contadas pelo Mestre Baluarte da Malandros do Samba, Aluízio Pereira.
 

ESTOU EM OFF

Se não ouviu falar de mim,
Não pense que eu sumi,
Eu continuo aqui...
 
Frequentando os mesmos lugares,
Com nosso amigo nos mesmos bares,
Onde um dia te conheci.
 
É que agora estou assim,
Não quero mais divulgação.
Ficar postando nos Stories,
Não chama mais minha atenção.
 
Eu estou em off, eu agora estou em off,
Mas continuo a me divertir.
Eu estou em off, eu agora estou em off,
Mas tenho sempre alguém

Dando cheiro no meu cangote.

Quem sumiu é quem não mais está aqui!...

 

O TEMPO CUIDA DE CRIAR

 

Morrer de amor,
Não vai ser preciso.
Basta se entregar
E ficar comigo.
 
Pra que sofrimento,
Correr contra o vento,
Se estou aqui.
 
Não sei o que te prende,
Até me surpreende
Ficar longe assim.
 
Você me entristece,
Seu orgulho mexe
Com minha sensibilidade.
É muita maldade
Com meu coração.
 
Dê-me uma chance,
Quem saber te encante
Você perceber...
 
Que dentro de mim,
Tem alguém assim
Que vai te conquistar.
 
Basta me aceitar,
Que tal se arriscar?

Pois o amor o tempo cuida de criar.

*Marcelo Maya - Edmundo de Souza.
 

NÃO SOU DE FERRO

Ô Dona Fia diga pra mim
O que é que tem de almoço por aí.
Se tem Rabada e aquele Pirão?
Que eu briguei com a Nega,
Hoje não tem rango no meu Barracão.
 
Coloca umas geladas pra mofar
Que hoje é sexta-feira,
O bicho vai pegar,
Não tou de brincadeira.
Como não sou de ferro,
Vou tirar meu terno
E colar com a geral.
Se ela não me perdoa,
Também não me encontra

Aqui em Natal.

*Edmundo de Souza - Marcos Souto.
 

O GIGOLÔ

 

Ele só anda com roupa de marca,
Calçado e boné da moda.
Relógio dourado do grandão,
Corrente de ouro com um medalhão.
 
Só bebe whisky importado,
No carro um tremendo paredão.
O boy vive tirando onda,
Frequentando os bares da região.
 
Não trabalha, mas vive na farra,
De onde vem o dinheiro pra gastar.
Todo mundo vive se perguntando,
Uma hora a bomba vai estourar.
 
Quem banca tudo é a coroa!
O boy curte, o boy gasta, o boy ostenta,

Mas a coroa é quem sustenta.

Francinaldo Show - Edmundo de Souza.

FARRA NO PISEIRO

Tou solteiro, tou largado, minha mulher
Resolveu me abandonar.
Ela pensou que eu ia sofrer,
Mas desta vez não vou ligar.
 
Vou pegar meu carro e o paredão,
Pra todos vou avisar,
Que estou na pista novamente
E hoje vou comemorar.
 
E pegue farra, e tome farra!
Com as amigas na batida do piseiro.
Redbull e whisky na balada,

Depois motel pra um Love bem maneiro.
 

OBRIGADO SENHOR II

Com Deus, eu me levanto
E tomo meu café.
Saio pra trabalhar
Com Deus, com muita Fé.
E depois da labuta
Na hora de retornar
De volta pra casa,
Venho sempre a Orar.
E na hora de dormir
É hora de agradecer,
Por tudo que o bom Deus,
Permitiu acontecer.
 
Muito obrigado Senhor,
Muito obrigado, meu Pai.
Sou muito feliz

Por que comigo estás!

 

DESPERTANDO COM FÉ

Todo dia ao acordar

A primeira obrigação,

É agradecer de todo coração

Por mais um dia de vida,

Por sua noite bem dormida,

Pela saúde, por cada alimentação.

Seu dia assim será,

Repleto de proteção.

É sempre muito importante

Falar com Deus em Oração.

É importante falar com Deus em Oração,

Falar com Deus em Oração!

 

Ouça então amigo

Essa mensagem que é:

Tenha um dia abençoado

Despertando com fé!

Edmundo de Souza - Francinaldo Show.

 

VAQUEIRO BOM

 

Vaqueiro bom está sempre preparado,
E no seu cavalo é veloz como um raio.
Não perde um bolão e é sempre a sensação,
Onde quer que chegue com seu Mustang Ohio.
(onde quer que chegue com seu Mustang Ohio)
 
Derruba o boi na faixa
Pra que ele possa ganhar.
E mais uma vez então
Ficar em primeiro lugar.
 
Depois é muito churrasco,
Uísque pra comemorar.
Na vaquejada quando corre,

Vaqueiro nenhum consegue ganhar!

DESPERTAR PARA O SAMBA

Eu, Aluízio Pereira, era adolescente no ano de 1945, com meus 12 anos de idade, nascido nas Rocas, Natal/RN, Canguleiro, morando na Rua São Sebastião, nº 81. Estudava no Colégio Estadual Isabel Gondin que fica situado no Largo Professor Acrísio Freire, Rocas. Sempre ao sair do Colégio, no caminho de volta para casa, eu passava em frente a uma residência na Rua Pereira Simões e ouvia uma música que tocava lá, achava bonito, e certo dia tive a oportunidade de entrar na casa para ouvir a música que era ao vivo, era um ensaio que acontecia lá. O dono da casa se chamava Eduardo Medeiros que era Músico e Compositor.

Lá tive a oportunidade de conhecer músicos como: Tibiro (Saxofone tenor), Robino Tito (saxofone), Bicho Velho (Bateria), Valdir (Cavaquinho), e os cantores: Paulo Tito, Valdira Medeiros filha de Eduardo Medeiros, Glorinha Oliveira (o Rouxinol Potiguar), Luíza de Paula, Fernando Tovar e Manoel Leão, que se apresentavam na Rádio Poti nos programas Domingo Alegre e Sabatina da Alegria. Foi através deste contato com esses artistas que passei a me interessar pela música, em especial o Samba, e comecei a aprender a tocar pandeiro, a escrever os meus primeiros versos e a freqüentar os eventos de Samba que ocorriam no Bairro das Rocas, dentre esses locais a casa de Adail que era Sargento da Marinha, morava na Rua São Sebastião e era freqüentado aos domingos numa Roda de Samba no quintal da casa por músicos das Rocas como Mário Temista (Violão), Aldinho do Cavaquinho, Neném Arengueiro (Pandeiro), Fumanchu (Percurssão) e Barnabé (Reco-reco), dentre esses músicos, alguns fundaram o Grupo de Samba Táio da Gata, e pelos cantores Maninho, Zé Rói Pão, Davi e por mim que fazia algumas participações cantando. Foi assim que comecei a minha estória no meio Cultural do Samba e posteriormente nos Blocos Carnavalescos no Bairro das Rocas, Berço do Samba Potiguar.

Aluízio Pereira, 19-09-2021.

 

FUNDAÇÃO DO GRUPO AMANTES DO SAMBA

Era o ano de 2015, e como todo bom Sambista, procurei freqüentar as rodas de samba aqui de Natal. Foi numa dessas rodas de Samba que conheci um pessoa, que mais tarde passaria a ser um amigo, se chamava Ezequias Félix (In Memoriam). O conheci na Roda de Samba que acontecia na Sede da Escola de Samba Balanço do Morro. Lembro dele com alguns instrumentos em cima da mesa que ele estava com sua mulher Simone, a quem ele carinhosamente chamava de “Si!”.

Ezequias aos sábados costumava freqüentar o Bar do Zé Reeira, que fica localizado no Centro de Natal. Comecei a freqüentar por convite dele essa Roda de Samba informal que acontecia lá, chamávamos de Roda de Samba dos Amigos, e aos sábados era de praxe ir pra Zé Reeira. Certo dia, uma conhecida de nome Vitória que era sócia com Joana, Tia de Rosenildo que também freqüentava o Samba, e elas eram permissionárias em um dos quiosques do Mercado de Petrópolis, ligou-me e perguntou se tinha como organizar um pessoal pra ir fazer um Samba no aniversário dela, que se daria no seu quiosque no Mercado no dia 22.03.2015, um sábado a tarde. Liguei para Ezequias e falei pra ele do convite e então confirmamos nossa presença. Passamos então a divulgar que não iramos fazer a Roda de Samba em Zé Reeira, mas estaríamos tocando no Mercado de Petrópolis no aniversário de vitória. No dito dia no mercado, foi uma surpresa, compareceu muitas pessoas que curtem o Samba, lotaram o mercado, foi um sucesso a comemoração.

            Na semana seguinte, Vitória me liga e fala que os outros permissionários ficaram sabendo do Samba e do sucesso que foi, e então me faz a proposta para ficarmos tocando lá no Mercado aos sábados. Falei pra ela que iria falar com Ezequias e ver se daria certo. Após contato com ele, mantivemos contato com outros amigos que freqüentavam e tocavam na nossa Roda de Samba e então montamos o nosso Grupo, que demos o nome de “Amantes do Samba”, tendo como Fundadores Ezequias, Rosenildo e este que vos relata, Edmundo de Souza, conhecido como Poeta Souza. Assim começamos aos sábados a fazer a nossa Roda de Samba, que teve a primeira apresentação já como Amantes do Samba no dia 29-03-2015. Vários Sambistas de outros Grupos de Sambas de Natal freqüentavam nossa Roda de Samba. Foram vários meses de casa lotada, e saliento ainda que não usávamos aparelhos de som, era tudo no seco, no gogó, mas tinha uma magia que contagiava o nosso público. Foi assim que surgiu o Grupo de Samba Amantes do Samba.

 

NÃO VOU MAIS ATURAR

Cheguei em casa bebum,
Quebrei tudo, chutei mesa,
A mulher disse tem calma,
Porque agora tem surpresa.
Homem valente, bebum,
Eu não vou mais aturar.
A lei Maria da Penha,
Chegou e chegou pra ficar!
 
Que Lei é essa mulher
Pare com teu desacato,                              
Se não te bato, bato, bato, bato, bato.
 
Ela me olhou com um olhar diferente,
E disse agüenta Negão,
Estão te esperando na frente,
Abri a porta e então
Vi logo o camburão,
E o “homi” falou:
Tome aqui a intimação.
 
E não demore, venha logo, venha, venha,
Que eu vou te enquadrar                                 

Na Lei Maria da Penha.
 

*Selma do Samba - Edmundo de Souza.

*Maria da Penha Maia Fernandes, que deu nome à Lei nº 11.340/2006 (foto).

SÓ QUIS BRINCAR

Falaram que você falou
Que eu pisei na bola
Por isso me deixou.                          
Quero saber o que foi que’u fiz,
Quem sabe entendo porque não me quis!
 
Se eu errei foi tentando acertar
Fiz de tudo pra te agradar.
Inventei maneiras de satisfazer,
Até virei escravo do seu bel-prazer.
 
Na realidade você não gostou de mim.
Falando a verdade você quis se divertir.
E o bobo aqui foi se apaixonar,                         

Para ser pisado por quem só quis brincar.

FALE A VERDADE

Vive falando mau de mim,
Dizendo que eu não presto.
Que sou página virada,
Que só ficou comigo,
Porque estava enganada.
 
Você devia assumir
Que gostava de mim.
Se derretia ao meu toque
E cada beijo no cangote,
Você logo delirava.
 
Fale a verdade de uma vez,
Pra que todo mundo saiba,
Que quando bate a saudade,
Você corre pros meus braços

Pra matar suas vontades!
 

BOM RITMO DO SAMBA

Pra mim... Tem que ter Samba,
Por que, também sou um Bamba.
Se acaso chegar em algum lugar,
Vai ter que rolar o bom...
Ritmo do Samba.
 
Se chego numa festa,
Todo mundo já sabe,
Que vai rolar batuque
E da melhor qualidade.
Cantando Partido
Ou um Samba de Raiz,
Já me sinto satisfeito,
Fico muito mais feliz.
(Por que)
 
Pra mim... Tem que ter Samba,
Por que, também sou um bamba.
Se acaso chegar em algum lugar,
Vai ter que rolar o bom...
Ritmo do Samba.
 
Pandeiro na mão,
Chapéu azul e branco,
Sapato duas cores...
Vou pro Samba e encanto!
Mando um verso de primeira,
Quando começo a tocar.
Sou Malandro maneiro,

Partideiro primeiro desse meu lugar.
 

PRIMITIVA HELIÓPOLIS

Eu era pequenininho

Quando fui apresentado,
A dança da Capoeira
Que veio lá do outro lado.
 
Atravessando o Oceano,
Num sofrimento danado,
Navio negreiro, escravizado,
Negro sofreu, foi humilhado.
 
Mas através de sua dança,
Do batuque do Berimbau,
Negro cantava pra esquecer,
Sonhando livrar-se daquele mau.
 
Hoje eu sou Capoeira (Capoeira)
Aprendi e assim transmito (Capoeira)
Primitiva Heliópolis

É descendência, tenho dito.

NO BALANÇO DA REDE

 

É no balanço da rede,
Que passo à noite toda a descansar,
O corpo todo açoitado,
Cansado de trabalhar.
É o suor pingando
E o corpo molhando,
Mas não posso parar,
Tem que cumprir o horário,
Pra poder o numerário
Merecer ganhar.
 
No balanço da rede,
Durmo e acordo mais lindo,
Novo, revigorado,
Pra mais um dia que vem vindo.
Agradecendo a Deus
Pelas bênçãos, saio feliz
E vou trabalhar;

Bastou uma noite de rede e eu me refiz!

ORGULHO DE SER POTIGUAR

 

Sou Potiguar,
Comedor de camarão
Da Cidade do Sol,
Cercada pelo mar.
Quem vem aqui
Pra nos conhecer,
Acredite, pode crer
Que aqui sempre irá voltar.
 
Ladeira do Sol,
Forte dos Reis Magos.
Pedra do Morcego,
Relógio Solar.
Via Costeira
Que nos leva a Ponte Negra,
Onde o Morro do Careca
Imponente está por lá.
 
Tem Redinha Nova
E a Redinha Velha,
E o seu grande quebra-mar.
Ribeira, Rocas
E o Rio Potengir,
Com um lindo pôr do sol
Que é de se admirar.
 
Por isso digo, por onde eu passo,
E estou sempre a repetir:
Sinto muito orgulho,
Minha Cidade Natal,

De um dia ter nascido aqui!

VOLTA PRA CASA MEU BEM

Chega de tanta distância,
Te quero na nossa cama.
Volta pra casa meu bem!
Olha que nossos nenéns,
Tão com saudades também.
Perguntam o tempo todo
Quando é que você vêm.
 
Eu mereci o castigo,
Mas não quero ser amigo,
Então volta pra casa meu bem.
 
Meu amor
Volta por favor!
Me dá teu perdão.
Eu estou mudado,
Estou regenerado.
Então volta pra casa meu bem,

Volta pra casa meu bem!
 

PACIENTE

Não sei por quê
Meu coração vive assim.
Não sei por que,
Mas sei que é muito ruim.
Porque meu Deus
Isto tem que acontecer?
Passa o tempo
E não consigo esquecer!
 
Marcou demais
Aquele amor na minha vida.
Ficou aberta
Uma ferida no meu coração.
Por isso choro
O tempo todo me lamentando assim,
O que é ruim!
E paciente espero

Um dia sorrir.

*Letra escrita para o chorinho PACIENTE, de autoria de Chumbinho do Cavaco (imagem acima).
 

ESPERO UM DIA ACERTAR

Eu já nem sei...
Qual a razão
Que segue o meu coração.
Nesses devaneios,
Fico até sem jeito
De entender por onde eu vou seguir.
 
Preciso...
Me libertar
Do passado que em mim está.
Das paixões antigas
Sobraram feridas,
Mas um dia sei que vão cicatrizar!
 
É sempre assim a cada paixão,
Sempre me abro e deixo entrar.
Crio outra ilusão,
Nova sensação
Que me faz suspirar.
 
Espero que um dia,
Eu possa acertar
E ver finalmente se realizar,
O grande sonho de ter só pra mim,

Uma cara metade pra me completar.
 
José Ivan – Edmundo de Souza.